
Parte I
Caminhei sem parar
até a luz no fim do tunel
e não sei como mas,
sabia que você ia estar lá.
Afinal de contas
era justo te encontrar
já que tive a infelicidade
de muitas vezes não te encontrar.
É possivel lembrar
como fosse o dia de hoje
a brisa afagando seus cabelos
levando a tristeza pra longe.
Labaredas dançando em um par
partindo da chama da fogueira.
Deitados e de braços abertos
construindo anjos na areia.
Olhando-se profundamente nos olhos
cada qual em uma beira
sem saber se a luz vem de nossos olhos
ou se vem das chamas da fogueira.
Com a mesma paciência
que pode ter um astro orbitando.
Sabendo que pode demorar, mas
nossos corpos acabarão se encontrando.
Sem planejar acaba acontecendo.
A intantes do que é inevitável
mesmo que tentando evitar
corpos em chamas acabam cedendo.
Depois nos cobriremos austeramente
procurando na penumbra nossas roupas.
Agindo como cumplices em algo...
Procurando esconder a maçã proibida em nossas bocas.
Ao que aparenta
alguém lá em cima
não quer nos ver juntos
mas somos como imã
Nos conhecemos antes mesmo
de o mundo ser o mundo.
Mais que todos os oceânos
nosso amor é mais profundo.
Nem ao menos sabiamos
mas você me viu e eu te ví.
Nossas almas então lembraram
do amor que você viveu e eu viví.
a praia onde cresci na foto
Parte II
Julgados por amar fomos.
Perseguidos covardemente,
queimados em fogueiras
por uma maioria demente.
Desertos do além
juntos trilhamos.
E por muito motivos,
no além nos separamos
Enquanto você desaparecia
no imponente corpo da duna,
eu estava diante de duas trilhas
e -claro- só podia escolher uma.
E assim aconteceu
que nossos caminhos separaram.
E nos céus acima do próprio além,
muitos deuses beberam e festejaram.
Deve ser porque nos proibiram
de amar um ao outro.
Talvez tenham percebido
que nos amavamos bem mais que só um pouco.
Nos amavamos- eu e você
bem mais do que a eles.
Foi assim que começou
a relutância por parte destes seres.
Acho que quando nos fizeram
os deuses nem imaginavam
o que na realidade
em seu tolo poderío criaram.
Fomos os filhos renegados
pois saimos de vossos úteros,
com todo o amor por parte deles
e acabamos a nós mesmos enlaçados.
De certa forma é justiça,
pois quem mandou nos fazer?
Pensam que é só querer e criar?..
Então fizeram por merecer.
Além do mais
há coisa de maior comoção
do que desafiar vontade divina
por egoísmo do coração?
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