Quis apenas,
e acredite meu anjo
ser teu próprio Orfeu .
Me iludi com a lenda
da tal existência
da harpa hipnótica.
Pensei que com acórdes
teria teu coração
que nunca foi teu de fato.
Pensei que como nos sonhos
poderia apenas fechar
os olhos e ir até você.
Acreditei que não negaria
toda esta complacente verdade
exposta em seu olhar.
Mas você negou cegamente
todas as razões que
nos trouxeram até aqui.
E de minhas entranhas,
como fogo sem ar
comecei a esquecer...
Não de você,
mas de todos os por ques...
Não de sua voz,
mas de todos os seus tons.
Talvez vc não saiba,
mas esquecer,
também dói.
Como ver a areia
esvair segundo ma segundo
pela fina fissura.
Como ver seu rosto
desaparecer vida a vida
em um oceano faminto
Como forçar-se a lembrar,
de algo que na verdade,
jamais foi esquecido.
Amor é difícil de compreender. Orfeu é só um mito antigo. E afirmo que amor de verdade nunca acaba, não chega a ser tão trágico como na lenda, mas se transmuta, como queda dágua que gera energia elétrica que move outras e outras coisas. Belo poema!!!
ResponderExcluirQuando vc afirma que amor de verdade nunca se esquece vc está confirmando a estrófe final do poema.Só que discordo de vc; o amor pode ser tão trágico ou mais que na lenda.
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