
Se você não souber
onde vai parar
com quem mesmo
que vou poder contar?
Se vc não me guiar
por entre a densa rélva
então como é que espera
que eu saia da sua selva?
Se seu coração
é uma arapuca pra mim
como espera que me solte
se vc é que não quer assim?
Se suas pétalas
não cessam de cair
por que não me liberta
pra que eu vá até aí?
Se a neve está caindo
vamos brincar lá fora.
Mas por favor
só não me peça pra ir embora.
Vamos nos envolver
como quem na dor,
como crianças que somos
nela encontramos o amor.
E é na noite
em que ouço o cantar
destes seres que não vejo
mas que sempre vêm me acalmar.
Lacrimeje de alegria
ao nascer do sol
poe lembrar quem é você
e perceber o que é que é bom.
Me deixe livre dos espinhos
e vou curar suas mágoas
sem suspiros e com carícias
quero secar tuas lágrimas.
Porque neste momento
um novo dia se aproxima.
E o primeiro raio de sol
é aquilo que me anima.
Logo já não é mais noite
e me descubro flutuando
em uma nuvem de beijos
mas percebo não achar a fonte.
A neve derrete
e com isso formam-se rios.
A noite se foi
mas agora começam os desafios.
É hora agora
de levantar na aflição
e de tentar consertar
tanta coisa errada no seu coração.
A odisséia começa
e você percebe que
nad do que aprendeu
vai te ajudar a sair dessa.
Visitou tantos sábios
e trilhou muitos caminhos
caminhou tanto para perceber
que nossos medos enfrentamos sozinhos.
Nos primeiros passos
o caminho lhe é afável.
Caminhando em seu próprio labirinto
consegue ver o quanto é indecifravel.
Uma viéla após outra
o conduz finalmente
a outro lugar escuro
a outro pedaço do muro.
A luz no final do túnel existe
e disso está consciente.
A luz já esteve em seu passado
e agora está em seu presente.
Com o tempo acaba cansando
sem perceber acaba sentando.
Só aí percebe o óbvio:
O labirinto está te enganando.
Corre para um lado
se debate entre o ar.
Corre para outro lado...
começa a se desesperar.
" Onde estão todos
agora que preciso de ajuda?"
" Se quero tanto gritar,
por que minha boca está muda?"
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PARTE II
A neve derreteu
e formou os rios.
A noite se foi
e com o dia,
vieram seus desafios.
Neste momento
o canto das criaturas se foi.
Neste momento
a lua acima também se foi.
O que você quer
é tocá-la uma vez mais.
Tudo o que precisava é que
o relógio voltasse o tempo para trás.
Mais uma vez
percebe o que mais se faz visível.
Que há uma decisão bem a frente
e que agora esta inadiável.
Duas portas surgem
no escuro labirinto.
Uma das portas
leva a uma larga entrada.
E toda sua bela superficie
é coberta de pedras preciosas cravejadas.
Você nota que
ao longo da larga entrada,
foram colocadas imagens de anjos
e outras belas estátuas.
Depois nota que
outras pessoas vão entrando.
Algumas sorridentes lhe oferecem a vez
enquanto muitas outras vão passando.
A entrada desta porta
todos são gentís sempre,
e querem ver você entrar
mesmo que nenhum deles entre.
No entanto
você recua um pouco.
Nota que
há uma outra porta ao lado.
Esta porta está fechada
e cada um que entra
por mais rápido que seja
demóra para chegar a entrada.
A estrada até a porta
é toda em linha réta.
As pessoas parecem exáustas
e entrar parece ser a méta.
O caminho é árduo
de um lado espinhos
do outro labaredas
o lugar é úmido e dá calafrios.
Um passo a esquerda
e cai nos espinhos
e com um passo na direita
arde no fogo das labaredas.
A entrada desta porta
existem poucas pessoas.
Não consegue perceber
se elas são más ou se são boas.
De repente
um passo em falso para a esquerda
e você se sente cair...
a caminhada é difícil e não céssa.
Uma mão busca a sua
enquanto você
está caindo para a morte.
Se esticar o braço,
não vai morrer.
É a escolha do momento
que fica diante de você.
Mas ninguém é tolo
e você já sabe o que fazer.
Sua mão busca
a mão que veio lhe acudir.
Segurando firme então
você percebe que não vai cair.
Antes que possa agradecer
a pessoa que lhe salvou
você se ve na mesma caminhada
que agora apenas começou.
Sem entender
você recua ao ponto inicial
fico estático entre as duas portas;
"Para onde devo ir afinal?"
...
Se voltar
para o largo caminho
você não vai passar trabalho
e não vai entrar sozinho.
Se voltar
para o caminho estreito,
vai ver que os espinhos vão fundo..
na alma e na vastidão do peito.
O que resta agora
é o que reta a todos;
é parar de adiar a decisão
e não esperar que venha dos outros.
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Acho que são dois belos poemas. A parte 2 é totalmente independente.Se há uma continuação, é que na 1 parte o eu poético mantém uma esperança e várias promessas, a seguir ele as perde e espera "a neve" derreter e segue a vida sem decisão racional-burocrática, o que o inquieta, numa espécie de morte civil e a esperança, os beijos,a certeza que oferece para os outros na primeira parte, passa ser um desejo seu agora. Que alguém continue o acompanhando e se possível tomando decisões por ele. (livre interpretação, corrija-me poeta se estiver errada.)
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