
Perdi-me na minha bipolaridade
Eu era racional. Hoje me sinto agitado.
Tenho saudades de dias melhores
Minha vida passou por alguns testes
Anseio por melhora. Para mim é sempre uma luta.
Não tenho desânimo. Para mim o tempo urge. Lembro-me dos meus estágios.
Me comovo com o último emprego
Domingo é um dia de descanso
Estar bem é um motivo de alegria
A familia é um ponto de equilíbrio
Fechou-me os olhos. Choro sem lágrimas.
Amo em silêncio. Não sinto sono.
No espelho, vejo alguém que não sou eu
Me acho chato. Me perco na falta de sono.
Dentro de mim grito. Tenho a alma ferida.
Não perdi minha essência
A morte me assusta. Minha vida inteira me surpreende.
Agonia-me a mudança. Sinto ternura pelos bichos.
Sinto piedade pelos idosos. Tristes são os velhos do asilo.
Ninguém vai visitá-lo. O que me faltou foi sensibilidade.
Serei um novo homem. Não vivo sem lembranças.
Sou um homem de idéias. Sigo meu raciocínio .
Permaneço focado no que escrevo
(Autoria de Milton Magalhães Junior-RS)
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"HÁ VIDA APÓS UMA CRISE BIPOLAR"... é o nome de um texto que publiquei num livro da Âncora, associação de usuários da minha cidade. Não consigo encontrá-lo e nem lembro o nome. O que eu quero dizer, é que podemos sim, conviver com a doença, sem deixar que ela nos sugue a vida. O texto me parece de alguém registrando o momento seguinte ao primeiro surto, dando de cara com o estigma. Entendo. É difícl, mas não impossível. Chovendo ou fazendo sol, o tempo não para. Sintomático ou não, a vida continua. Somos surpreendentes na nossa capacidade de reverter situações. Rabos de calangos, sempre se regenerando.
ResponderExcluirAbraço grande, poeta da alma.