
I
Perdi a sanidade,mas
acho que me encontrei.
Queria um beijo dela,mas
acho que ela não sabe que sei.
Pois eu perdi meu ônibus,
mas conheci alguém.
Não quero mais você.
Conheça alguém sem sal também.
Perdi a virgindade
de partes minhas desconhecidas.
Roubei uma estranha virílidade
de belas-recém-adormecidas.
II
Encontrei meu criador enfim,
que não esclareceu duvida minha;
Quem afinal veio antes?
Foi o ovo ou foi a galinha?
Encontrei meu criador
enquanto fumava uma erva escondido.
Contei e ninguém me acreditou e
é só porque sou bêbado, ateu e fudido.
Encontrei um lar que era meu.
Encontrei essa casa abandonada,
da qual fui expulso por nada
pelos cães da burguesia não tão lesada.
III
Corri por ruas escuras,
e ninguém me segue ou seguia.
E das suas viélas tão claras
certamente eu nada entendia.
Corrí para ser abraçado por
seu abraço que não me espera ou esperava.
Caminhei mesmo contra vontade,
por uma voz qualquer que apressava.
Corri deste lado para o outro,
enquanto tentei chegar lá.
Corri, louco, só e nu por um deserto,
e nem assim pude descansar.
IV
Perdi toda tua inspiração,
pois acabou todo meu dinheiro.
E não pude entender tua escolha,
já que também sou filho de carpinteiro.
Perdi minha estimada e populosa,
Fazendinha de formigas amestradas.
Mas não ateei fogo, alaguei ou amaldiçoei
fazendas de pessoas confusas e assustadas.
Perdi dias pensando se
merecia perdão ou castigo,
o pai que tranca sem cópia da chave
seu filho do lado de fora do paraíso.
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Fabiano , li e gostei muito. simplesmente maravilhosa estou cada dia mais adorando tuas poesiasum abraço da amiga Loréti
ResponderExcluirGosto do eu poético mais manso. Esse eu poético das CHAVES ERRADAS é touro bravo. Louco sim, por liberdade, sair de dentro das cercas cotidianas, onde não dar para escapar do arame farpado senão em sonho, imaginação, fantasia. Touro premiado, vira pássaro feio e comum a quem ninguém queira prender. Escolhas e chaves ou senhas esquecidas têm o mesmo sentido nessa vida normal.Abraço tranquilo, poeta.
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