Total de visualizações de página

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Odisséia até o vale de seu coração

Caminhei
-eu acho
até este
vale das sombras.

Sombrio
-nem tanto
como o sol
é para cego.

Depois corri,
corri para seus braços
que já não eram meus.

Abraçei com força
e sem perceber
sem ser abraçado de volta.

Sou cão sem dono
-será?
ao adormecer faminto.

Em minha dispensa
comida e mais comida
é o que não falta.

Ainda assim
sinto uma fome
que não se satisfaz.

Olho para os céus
Olho para baixo
mas não enxergo.

O quê?!

A tênue linha
que todos vêem;
não esta lá para mim.

Mesmo assim,
de uma forma estranha
sinto calor ou frio.

Mesmo assim,
estranhamente familiar
é o ódio para mim.

E as vezes
chego até acreditar
que se trata do oposto do amor.

Perçeba;
-apenas
o oposto do amor.

Porque não então
irmão bastardo
do amor?

Pessoas vivem
-puramente
pelo ódio.

Pessoas morrem
-incompreensivelmente
por amor.

Quem fala a verdade?

Quem mente?

Se a verdade
não é toda verdadeira,
Porque a mentira
é toda mentirosa?



II
Se olhar para o céu,
verei que ele é azul.

Se olhar para o sol,
meus olhos cegarão.

Se olhar para você,
estarei a meio passo.

Se olhares para mim,
estarás a meio passo.

Se nos olharmos
estaremos a um passo.

Senão
estaremos nos encaminhando
a um final bem mais rude.

Senão
o verão será gelado
e o inverno será florido.

E apesar de todas as certezas,
não saberei ao certo
se você já me detesta.

É tudo sobre você.
Tudo sobre seus lábios,
tudo sobre meus ombros.

Tudo tão relativo a se você
aceita ou não aceita
meu incondicional amor.

E em pensar que você
lembrou de mim apenas uma vez,
e esqueceu em todas as outras.

Penso,
se não é desleixo meu
te amar como eu amo.

Enquanto eu fui
seu pano de chão,
você foi meus lençóis.

Dizem os sábios,
que fui o que fui
por que quis ser.

Mas os sábios
que contam estrelas
e espantam anciões..

Estes sábios
jamais em suas vidas
tocaram tua pele.

Por isso eu os perdôo,
mas também confesso:
eu também jamais toquei...

Mas em sonho,
acho que em todos
já sequei suas lágrimas.

E após tanto tempo,
sei que é natural
que venha o esquecimento.

E me pergunto;
quantas lembranças
você ainda tem de mim.

Nenhuma.

Porque reolvi
que pra lembrar de mim
teria que te esquecer.

Mas{talvez},
-felizmente
é uma palavra caprichosa.

Talvez você me esqueça..
Talvez todo dia se lembre,
enquanto tenta me esquecer.

Talvez doe um rim.
Talvez case de novo.
Talvez me de seu coração.




III
Minha mente é lucida,
mas minha alma,
quem sabe..(?)

Meus punhos cerrados
e a areia como testemunha
de que eles sangram ao chão.

E em bem pouco tempo
todo esse ato irracional
transforma-se-a em verdade.

Porque a maior prova
da existência de algo
é sua total negação.

Enquanto você se debater
na trama que fiz
nâo se libertará.

Portanto,
se você parar
sei que estará livre.

No entanto
nós dois sabemos
que seu desejo é incerto.

Também estou preso
a essa tal trama
-só queria que soubesse.

E convulsivamente
também me debato;
sem chance de liberdade.

Sei que se pudesse..
nem ligaria paraisso,
assim como eu.

Se pudesse..
ah,mas não pode;
não nessa vida.

Se é presunção minha,
também é sua
pensar que pode dar-me as costas.

Pensei em conclusão.
Mas como concluir algo
que não quero que acabe.

Pois enquanto eu contava
as ondas na praia
elas também me contavam algo.

Me diziam que
você jamais me esqueceu
desde aquele tempo.

Ainda que eu lamente
aquilo que hoje afirmo,
deixo atestado nestas linhas.

E vou continuar
entre um soluço e uma lágrima,
a dizer que te adoro.

Não como adoro chocolate,
ou o nascer do sol,
mas sim como adoro a um deus.

Pois ja disse:
Você me deu a vida
e pode me tirar a mesma.

Com um pensamento
você me tira do inferno
e me coloca no céu.

Com um gesto inconsequente
e mais consciente que tudo
você ja fez bem mais.

Procure se lembrar,
pois eu lembro
todo e cada dia.

É razoável
-não é?-
que você se lembre.

Já que mudou tudo
de um para sete,
de água pra vinho.

Me fez querer viver,
me fez querer morrer,
me fez não querer nada.

Nada além de tudo.
Tudo que eu poderia ter
para chegar até você.

Por essas e outras
-tantas outras
você me assusta.

Me assusto
com o quanto
faço por você.

Me alucino
ao pensar em teu beijo,
mais do que com anfetaminas.

Cerro os dentes
me doem os molares;
eu não me importo.

Não permito que mais ninguém
-ninguém de carne e osso
se aproxime de mim.

Espíritos das árvores.
Espiritos vagantes na brisa
venham a mim.

Mas não quero
ser tocado por ninguém,
a não ser você.

E quero saber por que,
se o amor é o mesmo,
as reações nâo correspondem.

Será porque
você jamáis viu
o nascer do sol?

Será porque
somos tão parecidos
que acabamos sendo diferentes?

E o mar,
e o vento,
jamáis te disseram algo?

Porque
caso você não sáiba
eles também falam.

Do retorno das áves marítimas,
dos infelizes afogados,
das náus em suas águas.

Da curva entre lá e acolá
dos telhados arrebatados
das lágrimas que já soprou.

Algumas destas
que de seu rosto rolaram
que de meus lohos sairam.

Ou então,
diga que é mentira
continue a debater-se.

Eu não me importo.
Já morri cem vezes
e vivo apenas uma.

Escolha as palavras
que mais me magoariam
e as desfira em meu peito.

Que irei escolher
as palavras mais amáveis
para te dizer..

Que viver para sempre
pode ser o calvário
se for sem você.

Que quando olho
em seus olhos castanhos
todo o resto parece em preto em branco.

Que não passo mesmo
de um homem moribundo
de tanto amor.

2 comentários:

  1. escreveria eu, em outras palavras, exatamente este sentimento que domina um ser que ama

    ResponderExcluir
  2. Profundo luana vidotte. Tenho certeza que escreveria minha querida.

    ResponderExcluir

identifique-se ao blogger da maneira mais adequada , ou como anonimo ou como conta do google{o que pode ser contas do yahoo ou hotmail}. Neste caso quando parecer que vc esta saindo do blog 'poemas da alma' e entrando na sua conta de forma misteriosa , é quando vc deve prosseguir para postar o comentário. Quando vc se deparar com essa situação entendera do que estou falando.Boa sorte.