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sábado, 11 de dezembro de 2010

O Velho e o Garoto

Era uma vez,
um velho.
E era um desses
velhos solitários.

Pra ele as pessoas
e somente elas.
tem culpa de suas vidas.

É tudo uma questão,
de carma ele disse.
É tudo erosão que pode,
ser intraestelar.

Pra ele as coisas
não são - e mesmo;
ele diria - como parecem.

É tudo fumaça
fumaça e espelhos.
Luzes circundantes
e nenhum consenso.

Pra ele os outros
definitivamente são os outros.
E ele é só outro.

Parte 2

Era uma vez um garoto
que se achava sabido,
mas não sabia de nada.

Era uma vez um garoto,
que não sabia de nada,
mas era muito sabido.

E esse garoto já
nem era tão garoto.
Já era um jovenzinho.

Sobre as meninas ele,
ele pensava algo engraçado.
Que elas não ligavam pra ele.

Sobre os homens adultos,
ele pensava algo infeliz.
Que todos eram tristes.

Imagine !?
Não poder
catar trevo de quatro folhas ?

Imagine !?
Sem pipa ?
Sem amarelhinha ?

Não categórico.

Certo dia e certa,
feita do destino.
Se encontraram então
o velho e o menino.

O menino olhou primeiro,
o velho olhou primeiro.
Quando se aproximaram
o velho perguntou :

- Bom dia ?
E o garoto respondeu
- O que tem de bom ?

- Pra mim a luz..
não se espalha.
- Pra mim a luz..
nunca existiu.



_____________________________________________________________________DE MINHA AUTORIA ; fABIANO aBREU

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não são sonetos

PARTE II

Quis apenas,
e acredite meu anjo
ser teu próprio Orfeu .

Me iludi com a lenda
da tal existência
da harpa hipnótica.

Pensei que com acórdes
teria teu coração
que nunca foi teu de fato.

Pensei que como nos sonhos
poderia apenas fechar
os olhos e ir até você.

Acreditei que não negaria
toda esta complacente verdade
exposta em seu olhar.

Mas você negou cegamente
todas as razões que
nos trouxeram até aqui.

E de minhas entranhas,
como fogo sem ar
comecei a esquecer...

Não de você,
mas de todos os por ques...

Não de sua voz,
mas de todos os seus tons.

Talvez vc não saiba,
mas esquecer,
também dói.


Como ver a areia
esvair segundo ma segundo
pela fina fissura.

Como ver seu rosto
desaparecer vida a vida
em um oceano faminto

Como forçar-se a lembrar,
de algo que na verdade,
jamais foi esquecido.