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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Aguardar a carruagem


Estranho como se posicionam
para aguardar que do estábulo
um animal por sobre o outro
traga a carruagem.

Será mesmo que
os dois animais
não se arriscam a
comer da mesma lavagem?

Se se arriscassem
iríam descobrir que
o alimento do animal de tração
é anêmona fora d'agua
que o vento faz mover.

Animal de tração,
animal de tração e 
você nem sequer prestou atenção!

E se por ventura,
o animal de tração
fosse provar o que come
o animal acima dele...
O animal criador
da pólvora,
bola de fogo,
catapulta
e canhão.

E se ele fosse provar
descobriría como é
horrível lembrar
de tudo o que se vê.

Saberiam assim,
do pasto venenoso,
seco,
em chamas,
e de como é
viver,
consciente de que
se vai morrer. 

sábado, 2 de maio de 2009

Introspécto


Confusão
tão sólida que
talvez possa tocá-la.
Senti-la
como névoa da montanha
sem saber como ultrapassa-la.

Alegria
o estado em que estava
a um segundo.
Todas as cores
dizimadas ao proferir 
de uma simples palavra.

Certeza de que
é só passageira.
Mas sem saber
quando qualquer brisa
ou vento ou ventania
vai levar toda poeira.

Meus olhos,
ainda castanhos.
Não querendo
e fazendo jus para que
caminhe com meus pés
e não nos passos de um estranho.

Névoa, breu e bruma
que é o que eu vejo.
Em pensar que
a um segundo estava feliz
sem precisar dela
sem desejar o seu beijo.